De acordo com os dados do Centro de Atenção Psicossocial Alcóol e Drogas (Caps AD) do Maranhão, a cidade de São João Batista está entre as cidades que tem mais internados pelo uso de drogas no estado. Leia a matéria que saiu no G1 Maranhão de hoje…
‘Uma criança de um ano e 10 meses foi abandonada pela mãe na Unidade Mista do Maiobão, Paço do Lumiar, na última sexta-feira (21), com sinais de maus-tratos. A mulher, segundo relato de familiares, é usuária de crack. A criança é portadora de paralisia cerebral. Diante da situação de abandono, o hospital acionou o Conselho Tutelar de Paço do Lumiar, no domingo (23), que solicitou que alguém da família acompanhasse o menino. Um tio foi localizado e levado à unidade de saúde. Agora, o Conselho vai encaminhar a denúncia de abandono de incapaz por parte da mãe ao Ministério Público Estadual.
“Recebemos a denúncia de que uma criança havia sido abandonada pela mãe. O Conselho foi checar e se deslocou até a casa da vítima. Lá, conversamos sobre a responsabilidade de acompanhar esse bebê, por conta das condições da mãe. Vamos comunicar o abandono ao MP, no mais tardar sexta-feira (28). Estamos apenas aguardando uma nova visita”, afirmou a conselheira tutelar Amelice Araújo. De acordo com a conselheira, alguns familiares estão acompanhando a criança, mas não regularmente. “Estamos sensibilizando essa família de que é preciso cuidar, pois também são responsáveis pelo zelo. Ontem (quarta-feira), tinha uma tia lá com ele”, contou.
A criança deve ser transferida nesta quinta-feira (27) para um hospital especializado de São Luís. OG1 entrou em contato com a diretora-geral da Unidade Mista do Maiobão, Aline Teixeira, para saber qual o quadro clínico da criança ao dar entrada na unidade, assim como o encaminhamento a ser dado para a situação, mas ela alegou não poder dar nenhuma informação sobre o caso e desligou o telefone.
Consequências
De acordo com o neuropsiquiatra e especialista em dependência química, Ruy Palhano, uma criança gerada por uma mulher que usa drogas dificilmente terá uma vida normal, sem sequelas. “O índice de mulheres que usam crack e abortam é altíssimo, por causa do consumo da droga. O principal problema é que essas crianças já nascem viciadas, porque o crack atravessa a barreira hematoplacentária e a barreira hemoencefálica. As consequências são doenças cardiovasculares, cérebro-vasculares, quadro de diminuição do volume da massa encefálica, e apresentação de problemas respitarórios desde muito cedo”.
Estatísticas
Segundo dados do Centro de Atenção Psicossocial Alcóol e Drogas (Caps AD), a maioria das pessoas que busca tratamento para a dependência tem entre 20 a 30 anos, e apenas 15% dos atendimentos são mulheres. De janeiro de 2014 a 20 de fevereiro deste ano já deram entrada 120 novos casos de usuários de droga na Cap’s.
Em 2013, 85% dos atendimentos feitos no Centro de Atenção foram de usuários de crack. Ao longo de todo o ano foram atendidas pessoas usuárias drogas de 42 municípios do Maranhão. Os maiores registros são das cidades de São José de Ribamar (80 pessoas); Paço do Lumiar (52 pessoas) e São João Batista (32 pessoas).
Na capital, 59 dos bairros tiveram usuários em tratamento. Os de maior incidência foram: João Paulo (230 pessoas); Coroadinho (230 pessoas); Cidade Olímpica (193 pessoas); Liberdade (156 pessoas) e Vila mauro Fecury I e II (131 pessoas Barreto). Desses usuários, apenas 20% estão sem fazer uso de substâncias psicoativas e reinseridos no mercado de trabalho.
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