23 de jul. de 2014

NOSSA HOMENAGEM AO JOANINO MESTRE APOLÔNIO, QUE ANIVERSARIA HOJE

Mestre Apolônio
Um dos mais antigos cantadores de bumba meu boi do Maranhão, Apolônio Melônio completa hoje 96 anos de idade. As homenagens acontecerão à noite, iniciando com Missa em Ação de Graças, às 19h30, na Igreja de Santo Expedito (Liberdade), seguida de exibição de um documentário em homenagem ao Boi da Floresta, em frente a sua sede, na Rua Tomé de Sousa, no mesmo bairro. A Missa em Ação de Graças terá cânticos entoados em ritmo de bumba meu boi, segundo adiantou a esposa de Apolônio Melônio, Nadir Olga Cruz. Da missa, participarão familiares e amigos do homenageado. Foram convidados cantadores de bumba meu boi de sotaque da Baixada e de outros sotaques, como Humberto de Maracanã (Boi de Maracanã, sotaque de matraca), e também autoridades, como a governadora Roseana Sarney e a secretária de Estado da Cultura, Olga Simão. Lá, também estarão alguns amigos de Melônio, os quais, assim como ele, estavam no navio Maria Celeste, em 1954, quando este pegou fogo na Baía de São Marcos, a 500 km da costa.
Em frente à sede do grupo folclórico, o aniversariante irá partir o bolo alusivo à data, e em seguida será exibido o documentário intitulado Brincando na Floresta, de autoria da jornalista, produtora, cineasta e roteirista de TV Gisele Bossard. O trabalho aborda, de uma forma geral, a história do Boi da Floresta e da comunidade onde a manifestação nasceu: o bairro Liberdade. O filme tem como subtítulo A floresta do Mestre, em alusão ao lugar de onde vem sua riqueza, suas alegrias e seu alimento, de acordo com a autora. Envolvimento – Segundo as pesquisas de Bossard, Apolônio Melônio começou a se envolver com bumba meu boi aos 8 anos de idade e hoje, como afirma ele próprio, ainda aprende. Na opinião de Nadir, o documentário é o retrato fiel da realidade do trabalho realizado na comunidade e da história do Boi da Floresta. “O mais interessante é que o documentário tem a participação de um jovem da comunidade que participa dos nossos projetos”, destacou Nadir, referindo-se a projetos sociais, tais como o Ponto de Cultura, incentivado pelo Governo Federal, onde são oferecidas oficinas de inclusão digital e uma biblioteca para incentivo à leitura. Há ainda um museu comunitário que conta a história da manifestação folclórica.
No Boi da Floresta, Apolônio Melônio começou em 1926, ou seja, são quase 90 anos de intensa dedicação à manifestação folclórica. Apesar da idade avançada, o “mestre” está lúcido e como todo ancião, a memória antiga é mais aguçada. No São João deste ano, ele chegou a se deslocar com os brincantes do boi para algumas apresentações em arraiais, mas não abusou, conforme Nadir. “Ele foi, mas apenas em algumas, pois não pode abusar da saúde. Aliás, ele ainda é o presidente do grupo”, revelou, ratificando que além do bumba meu boi, a comunidade mantém ainda um grupo de tambor de crioula. Em 1946, em São Luís, Apolônio Melônio fundou o Boi de Viana, no qual permaneceu até 1959. No ano seguinte, com os companheiros Coxinho, Cobrinha, Lucílio e Domingos Melônio, criou o Boi de Pindaré, que deu origem a alguns dos mais importantes grupos de sotaque da Baixada. Em 1972, deixou o Pindaré para trás e fundou o Bumba Meu Boi da Floresta, que, mais tarde, iria se tornar Boi da Floresta de Apolônio Melônio. Em 2007, o Ministério da Cultura reconheceu sua importância para a arte popular maranhense e brasileira, escolhendo-o como um dos selecionados no Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo.
HISTÓRICO DO MESTRE APOLÔNIO
Mestre Apolônio começou a brincar em grupos de bumba-meu-boi ainda criança, na região da Baixada Ocidental Maranhense. Foi no povoado Teles, em 1926, nos limites do município de São João Batista, que, aos oito anos, deu os primeiros passos com o bumba-meu-boi Rabanete. Em 1946, já em São Luís, fundou o Boi de Viana, no qual permaneceu até 1959. Ano seguinte, com os companheiros Coxinho, Cobrinha, Lucílio e Domingos Melônio, criou o Boi de Pindaré, que deu origem a alguns dos mais importantes grupos de sotaque da Baixada.
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Em 1972 deixou o Pindaré para trás e fundou o Bumba-meu-boi da Floresta, que, com o passador do tempo, tomou o nome de Boi de Apolônio. Em 2007, o Ministério da Cultura reconheceu a importância de Mestre Apolônio para a arte popular maranhense e brasileira, escolhendo-o como um dos selecionados no Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo. O valor do prêmio foi revertido para o tratamento de saúde do mestre que sofre de polineurite – doença que causa dores, inflamações e alterações sensoriais nas mãos e nos pés.
Em 2007, o Boi da Floresta desenvolveu um projeto social composto por três oficinas destinadas à comunidade. Ofereceu, durante um ano, cursos de caretas de cazumbá – máscaras usadas nas apresentações dos bois –, bordado tradicional e produção de indumentárias. Hoje desenvolve trabalhos sociais voltados para a comunidade como inclusão digital e leitura com o Projeto Floresta Criativa. Em novembro de 2011, na cidade de Recife, Pernambuco, o mestre da Cultura Popular  Apolônio recebeu a Ordem do Mérito Cultural a maior honraria do governo federal concedida aos artistas brasileiros.
Mestre Apolônio dedica-se também ao tambor de crioula: “Quando termina a matança do boi, tem o tambor de crioula em homenagem a São Benedito. Eu sempre botava outro tambor, então resolvi criar o meu e, graças a Deus, deu certo”.

Folha de SJB

1 COMENTÁRIO:

  1. Engraçado..., tu não faz referência em nenhum momento onde o mestre Apolônio nasceu.

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